Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo (II Coríntios 5:17).
Um dos maiores dons que Deus concedeu aos Seus filhos é o
novo nascimento. Não reencarnação, mas novidade de vida. Nascer de novo! Deixar
tudo para trás! Esquecer o passado, afogar as mágoas no mar do esquecimento,
enxugar as lágrimas dos acontecimentos tristes que já passamos, das pessoas que
nos magoaram e nos machucaram, das indiferenças, dos escárnios, das humilhações
que sofremos na escola, no trabalho, no círculo de amigos, na igreja; ter a
dívida dos pecados perdoada, não se sentir mais condenado, ser livre para amar
e adorar a Deus com todo o coração, sem medo de condenação.
Sim, nascer de novo! Então recebemos a Jesus Cristo como
nosso Senhor e Salvador, nascemos novamente, e eis que tudo se faz novo. Não
temos mais medos, nem traumas, nem mágoas, nem ressentimentos, nem receios, nem
desilusões... tudo se apaga e somos instantaneamente transformados à Sua Imagem
e Semelhança, Seu Caráter Santo! Oh Glória! Não foi assim com você, quando
aceitou a Jesus Cristo como seu único e suficientemente Senhor e Salvador? Não?
Bem, comigo também não.
Na verdade, as coisas não acontecem dessa forma, de maneira
tão rápida. Quando nascemos novamente nosso espírito é instantaneamente
regenerado, mas nossa alma não. Voltamos-nos para Deus com um espírito novo,
dispostos a servir e a promover o Evangelho de Cristo a toda criatura, mas
carregamos junto um fardo de emoções deturpadas, sentimentos de fracasso e
derrota, inseguranças, raízes de amargura, falta de perdão, complexos e fobias
de toda sorte. Geralmente essas feridas na alma começam muito antes do que
pensamos, na verdade, muitas vezes antes mesmo da formação completa de nossa
personalidade.
Viemos para o Senhor carregados de culpa, sentimentos de
abandono, de insatisfação, e, normalmente conciliamos o caráter e personalidade
de Deus com o de nossos pais, avós, irmãos, amigos, daqueles que nos criaram,
cuidaram (ou não) de nós, razão porque muitas vezes professamos não sentir o
Amor de Deus, impedidos de enxergar o carinho, o amor, a graça, o cuidado e a misericórdia
que o Pai tem por nós. E ainda que escrevêssemos inúmeras páginas sobre o Amor
de Deus, citando milhares de trechos das Escrituras, contudo, quando carregamos
as pisaduras de um passado dolorido, de uma infância traumatizada, não
conseguiríamos sentir em nós mesmos esse Amor e carinho que o Pai nos deu
através de Seu Filho Jesus.
Para muitos de nós a cruz é ainda algo superficial a
respeito de nossa própria vida. É como se Cristo tivesse morrido por todos,
menos por mim. E ninguém pode se sentir culpado por possuir esses sentimentos
(ainda que venham as acusações). Quando assim machucados, ouvimos tantas vozes
em nosso íntimo, vozes de acusação e cobrança, e achamos que é sempre a voz de
um Deus juiz, impaciente, incompreensível, que nunca está contente conosco,
esperando uma brecha, um erro nosso para poder menear a cabeça e dizer “Você não
tem jeito! Você sempre erra em seu coração!” São vozes da nossa infância que
permeiam o âmago de nosso ser, vozes de insatisfação, violência e ódio,
desprezo, impotência e desgraça.
Então nos formamos pastores, líderes espirituais, doutores
em teologia, às vezes médicos, professores, advogados, engenheiros, profissionais
muito bem sucedidos, muito inteligentes e capacitados... mas infelizes! Estamos
sempre tentando nos superar, tentando provar a nós mesmos que podemos, que
suportamos, que damos conta do recado, tentando provar nosso valor para os
outros, e, quando convertidos, tentando provar a Deus que somos dignos de Sua
Salvação pelo nosso grande esforço, dedicação, obras e comportamento. E quando
falhamos tornamo-nos depressivos. Às vezes pregamos uma intimidade com Deus sem,
contudo, conseguirmos vivê-la, apenas pregando porque na verdade é o que gostaríamos
de ouvir. Pregamos a felicidade, tentando suprir nossa infelicidade; pregamos
alegria, tentando superar nossa tristeza; pregamos salvação tentando disfarçar
nosso sentimento de culpa e condenação. Pregamos muitas vezes o que não somos,
mas gostaríamos de ser. Outras vezes, pelo contrário, nos tornamos pessoas
desagradáveis, insensíveis, faltos de misericórdia e compaixão, imperdoáveis,
displicentes em tudo e com todos, e, quando convertidos, pregamos um Deus furioso,
que não perdoa o pecador, que exige perfeição absoluta e em todos os sentidos,
pregamos fofocas, pregamos por inveja, com violência, como se o céu fosse
abrir-se a qualquer momento e tragar a todos os pecadores da terra. E na
verdade, estamos expressando aquilo que achamos que Deus pensa de nós mesmos,
falamos como falaram a nós, tornando-nos o reflexo daquilo que odiamos.
São feridas profundas que parecem nunca cicatrizar. Dizemos
que são nossos espinhos na carne, justificando com as seguintes palavras
vazias: Eu sou assim! Nasci assim! É o meu jeito! Deixamos de ser sinceros com
nós mesmos, não querendo mais ouvir as vozes em nosso interior, ansiando
conseguir esquecer quem somos ou quem pensamos ser.
Quantos de vocês já se sentiram ou ainda se sentem assim? E
quantos não dariam tudo o que têm para não ser mais assim, não sentir mais
esses sentimentos? Quantos gostariam de mudar, de nascer de novo, mas já
perderam a esperança? Se você se encaixa, totalmente ou em parte nesses perfis
acima, então é com você mesmo que Jesus está falando nesse momento. Ouça-O:
Vinde a mim, todos os
que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve
(Mateus 11:28-30).
Deus te amou tanto que não suportou ver você sofrendo, e deu
o Seu Grito de Amor:
Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
ele (João 3:16-17).
Deus jamais se esqueceu de você:
Porventura pode uma
mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do
filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me
esquecerei de ti (Isaías 49:15).
Deus jamais te desamparará:
Não te deixarei, nem
te desampararei (Hebreus 13:5).
Deus te conhece:
Tu sabes o meu
assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu
andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda
palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces (Salmos
139:2-4).
Ele já providenciou a tua cura:
Verdadeiramente ele
[Jesus] tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si
(Isaías 53:4).
Ele sofreu por amor a você:
Era desprezado, e o
mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos;
e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos
dele caso algum (Isaías 53:3).
E Ele está falando com você nesse momento:
Eis que estou à porta
[do teu coração], e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa [vida], e com ele cearei, e ele comigo (Apocalipse
3:20).
Deixe o Espírito Santo curar tua alma!
Entregue teu fardo a Jesus Cristo e Seja Feliz!
Leandro Dorneles
Obs: Artigo escrito originalmente em 2006 e adaptado em 2016.
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